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Funcionários da rodoviária são treinados para atender imigrantes

Foto: Jaelson Lucas/SMCS

Funcionários da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) participam nesta terça-feira (20) de uma capacitação para atender imigrantes e migrantes que chegam à Curitiba pela Rodoviária e também identificar possíveis situações de tráfico de pessoas. O treinamento é realizado através de uma parceria com o Ministério da Justiça e Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju).

“O objetivo é deixar cientes os fiscais e os funcionários da Urbs que fazem atendimento direto ao público de como funciona o aliciamento para o tráfico de pessoas e sensibilizados com essa questão. Também foram repassadas informações sobre os imigrantes e migrantes. Temos um excelente trabalho sendo realizado pela assessoria de direitos humanos da Prefeitura nesta área, e também é importante sabermos como o Ministério da Justiça e a Secretaria Estadual de Justiça estão trabalhando este tema da imigração e migração”, diz a assessora da Urbs, Mirele Camargo.

Na capacitação, foram descritas as formas como acontecem os casos de tráfico de pessoas e repassadas materiais e dicas para identificar as situações. “O tráfico de pessoas é um crime muito velado e sigiloso. O aliciamento é feito com quem está em situação de grande vulnerabilidade. Quem faz o tráfico viola os sonhos e perspectivas dessas pessoas e elimina a confiança que ela pode ter no outro. É um tema muito abrangente. Trabalhamos na prevenção, na repressão e atendimento das vítimas. Precisamos alertar Curitiba e o Paraná que esse crime existe e é sério”, afirma a coordenadora e advogada da Seju Silvia Cristina Xavier, uma das palestrantes do evento, ao lado da psicóloga Claudia da Silva Ribeiro.

No treinamento sobre imigração foram tratados temas para combater a xenofobia e incentivar o respeito ao outro. Também foi desenvolvida um dinâmica de grupo em que os participantes revelaram de onde seus avós e familiares vieram. “Isso ajuda a quebrar o preconceito, pois muitos têm família vinda de outros países ou mesmo de outras cidades e estados do Brasil, as pessoas veem a semelhança com suas histórias. A intenção é desmitificar a situação do imigrante, por causa da xenofobia. É importante compreender a situação do outro”, destaca o assessor técnico do departamento de Direitos Humanos e Cidadania da Seju, André Godinho.

Ele lembra ainda que o tema está interligado com o tráfico de pessoas, pois muitos imigrantes e migrantes também são vítimas desse tipo de crime – foram repassadas cartilhas do migrantes, com os possíveis encaminhamentos que podem ser dados a eles, não só em Curitiba mas como em todo o Paraná.

“Temos muito contato com as pessoas de fora, muitas pedem informação para achar um endereço da cidade que receberam. Agora, ao prestar ajuda, vamos prestar mais atenção ao comportamento de quem circula na Rodoviária, reconhecer as situações que podem ser de tráfico de pessoas e tentar ajudar e orientar a todos”, diz o fiscal da Urbs Wilson Szprada.

Denúncias sobre o tráfico de pessoas podem ser feitas pelos telefones 100 e 180. Outras informações sobre o tema podem ser conseguidas no Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Ministério da Justiça/Seju: fones (41) 3221-7252, (41) 3235-3291 e (61) 2025-9584; e-mail nucleoetp@seju.pr.gov.br.

Mais informações sobre o atendimento a imigrantes pode ser obtidos no endereço: www.dedihc.pr.gov.br.