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Torta na nossa cara


Foto: SMCS/PMC (arquivo)

| 18/7/2013

Curitiba precisa pedir desculpas ao senhor Luiz Filla, o técnico da URBS que levou a torta na cara. A torta não acertou em cheio apenas um dos melhores técnicos do país na área do transporte coletivo, atingiu também todos os funcionários da prefeitura que ajudaram a fazer desta cidade um modelo de planejamento urbano. Um modelo já um tanto esgarçado, mas sempre um modelo.

Aquela torta acertou a nossa cara. Entre elas a cara da engenheira Francisca Maria Garfunkel Rischbieter (1929-1989), funcionária da prefeitura que sabia reconhecer os méritos de seus colegas de trabalho, conforme declarou para a "Memória da Curitiba Urbana", coleção com depoimentos dos bravos técnicos que trataram com açúcar e com afeto a autoestima dessa cidade. "A prefeitura funcionava como uma máquina azeitadíssima e o prefeito nem precisava tomar conhecimento do dia-a-dia", dizia Franchete, assim chamada pelos amigos. "Esta máquina no ponto nem era mérito nosso, mas já do tempo do Ivo Arzua Pereira. Toda essa máquina começou a ser montada em 1964 e não com funcionários iniciantes, apenas".

Nicolau Kluppel, o Nicolago, também levou a torta na cara. Engenheiro da prefeitura, foi ele que criou o Parque Barigui. Onde havia um fundo de vale, algum problema com água, lá estava o Nicolau. O parque São Lourenço, por exemplo, só aconteceu porque houve uma enxurrada e com a enchente a área alagou. Foi tudo, com a correnteza. Menos o Nicolago, que lá estava para domar as águas e fazer da antiga fábrica de cola a sede do Parque São Lourenço.

A jornalista Maria do Carmo Batiston não é funcionária da prefeitura, no entanto sentiu como poucos o impacto daquela torta. Assessora de imprensa da URBS, por muitos anos cobrindo a prefeitura de Curitiba para diversos meios de comunicação, a respeitada e estimada profissional ficou profundamente indignada: "Não é só porque Luiz Filla é um dos melhores técnicos do país na área do transporte coletivo; não é só porque vem gente do mundo todo conhecer o trabalho dele aqui. É porque ele é um cidadão. Ele está sempre pronto a responder a qualquer questionamento com a mesma calma e tranquilidade e estava fazendo exatamente isso na Câmara, explicando para quem quisesse ouvir, respondendo com tranquilidade e clareza a quem quisesse perguntar. Mas para quem acha que democracia é impor sua vontade, vale qualquer coisa pelo holofote fácil, pela inversão da pauta, pelo tumulto que só prejudica o movimento, a mobilização de quem realmente quer um país melhor. Não, de fato, nunca foi por 20 centavos!".

Curitiba precisa pedir desculpas ao senhor Luiz Filla. E não só pela torta na nossa cara. Desculpas também pela péssima pontaria da militante. Desinformada, devia ser mais bem orientada, para saber que o buraco não é mais embaixo. É bem mais em cima.


Dante Mendonça é colunista do jornal Paraná Online
Fonte: http://www.parana-online.com.br/colunistas/67/97782/ em 18/07/2013

Categoria: Tarifa